domingo, 31 de maio de 2015

Incêndio


Preso em chamas, a casa pegou fogo e não tinha para onde correr. Não conhecia os caminhos, por um acaso apareci ali através de um portal enigmático que minha mente produziu em um sonho surreal. Não sabia para onde ir, mas tinha que ir, ou seria queimado. O fogo queimava de forma intensa e eu sentia de verdade a pele queimar.

Haviam portas, vários quartos e uma enorme escada que descia uns três andares, passei correndo e saltei de um lado para outro onde havia um enorme buraco. A fumaça me fazia sufocar, mas eu tinha que suportar. Alcancei a escada mas as chamas estavam lá em baixo, o que faria?


Havia uma janela fora do meu alcance que se posicionava do outro lado do fogo, pensei em pular pelo fogo e agarrá-la, seria meu ato mais corajoso. Não tinha muita escolha, tinha que viver aquela emoção antes que ela acabasse. Pulei através do fogo, mas somente uma de minhas mãos segurou na janela. Foi suficiente, porém minha roupa começou a queimar.

Não tinha possibilidades de arrancá-la naquele momento, então com todas as minhas forças, subi. Aquela janela aberta seria a minha chance de sobrevivência. Mas não era tão simples, ela era muito alta. Não pensei duas vezes, me sentei sobre ela e tirei minha camisa, sofri poucas queimaduras, mas meu corpo ardia.

Se eu fosse bom de cálculo diria que eu estava a quinze ou vinte metros do chão, seria tolice pular. Mas o fogo estava vindo. Ou morria de um jeito ou de outro, decidi me jogar. Pulei com todo o gosto o mais longe que eu podia, cairia na grama, mas era muito alto para sair vivo. Que grande tolice! Se não fosse minha consciência, não seria uma história legal. Acordei! Vivenciei o sorriso de saber que ainda tenho bons sonhos. Detesto coisas monótonas, passar por perigos me faz se sentir muito melhor no final. Eu prefiro assim...

Noctur Spectrus

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