quarta-feira, 27 de maio de 2015

Inspiração


Sopro, vento, vida, o primeiro momento da decadência. A imaginação visualizada no espelho das sombras. Trevas ilustres, os pergaminhos foram perdidos. Palavras sem sentido eram lidas diante dos bobos da corte. Era o julgamento final baseado no tolo, no louco. A última carta que marcava o reencontro com o despertar são.

Um gótico escondido atrás de uma árvore produzia poemas que ninguém tinha o direito de entender. Ele não se importava com o que achariam. O obscuro da alma, o surrealismo da mente, não é pra ser entendido. A compreensão é uma busca nada confiável pela esfera filosófica perdida no cérebro. Uma luz que vaga sem destino e sem origem.


Uma centelha de fogo que desperta o elixir de uma alma. A linha espiritual que ascende pela espinha dorsal. O gótico ouvia música e desenhava palavras com a caneta. Não pensava em muita coisa, mas era rápido, dramático e tempestuoso. Feria sua alma de propósito, cortava a pele e se machucava a fim de ganhar a inspiração para sua escrita.

Havia provado um dia o poder da solidão. A grata saudade do tempo esquecido que a alma não era capaz de recordar. A profunda e incompreensível dádiva que estava guardada no fundo do coração sombrio. A vida se torna bela quando ela se humilha por sua atenção. Um pouco de tinta pode trazer a mais bela força de amor, terror e significados vagos.

Noctur Spectrus

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