quinta-feira, 4 de junho de 2015

Nostalgia


Um arrependimento talvez, uma mágoa sem nome. Não consigo entender o que ocorre. Eu acordei com um temperamento frágil e os olhos cheios de lágrimas. Não consegui avançar passos em direção às brumas. Estive num deserto pacato que me trouxe lembranças muito intensas. Folhas secas estão caindo neste outono. Todas as vezes que algo morto se deita, algo vivo se desperta.

Não tem um ser rastejante. Não tem uma criatura gélida. A doce tristeza do ímpeto vazio. No vaso de rosas expande-se a nostalgia. O aroma sem gosto e sem cor de uma moça delinquente. Sabem todos que nem sempre há um conforto no fundo das sombras. Estamos afugentados e presos, mas em nossas mentes encontramos a liberdade. A pureza do cotidiano é uma prece rogada para o coração mundano.

Vigentes, temos ingredientes difíceis de serem preparados. A alma prospera no infortúnio do ser. Um grande amargurado de pessoas que andam em multidão à espera de um milagre. Não existe nada que possa salvá-las. Não existe um caminho que possa guiá-las. Não existe um pastor que as leve para a mata. Não existem milagres, a vida é cheia de precipícios... ou você cai, ou espera o próximo.

Noctur Spectrus

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