domingo, 26 de julho de 2015

Nunca obsessor


Simples, interessante sofrimento
Doce, amargurado talento
Em rabiscos, desenhava o tempo
Cantarolava para meu próprio acalento
Eu intervia no meu próprio pensamento
Eu dava luz ao meu próprio sentimento
Fiel... ao meu desejo insondável
Forte no meu íntimo impenetrável
Adocicado no meu coração afável
Adormecido na minha alma estável
Eu sonhava e me esticava para o interior do Universo
Eu era lúcido, indiferente, mas disperso...

Em tantas horas de pensamentos confusos, ouvi a dúvida cutucar minha mente. Era uma sombra, uma peculiar amargura que passeava sem rumo nos corredores da cabana. Que triste, sem aparência, vislumbrava uma luz no formato de uma gente. Quem poderia ser? Eu tinha pena, mas por que? Talvez tivera sido alguém que conheci no passado...

Eu era um espaço vago esperando a mais bela flor. Enigmático, sofredor, mas nunca obsessor. Eu espionava os atos mecânicos do meu corpo. Sentia subir a energia primordial do sexo. Eu era a paz convertida no pecado, no erro, na insanidade. Eu era simples, interessado na lucidez da alma universal. Eu lutava contra todas as forças da solidão. Eu lutava e não temia... Esse era, talvez o maior dos problemas...

Noctur Spectrus

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