quarta-feira, 1 de julho de 2015

Um escritor na natureza


É natural pensar, refletir, gozar da vida e ser feliz de vez em quando. As vezes as flores da primavera refrescam o aroma da alma e suavizam minha imaginação. Gosto de olhar para o alto das montanhas florestadas e me ver livre voando sobre elas. É demasiado cedo para uma lágrima de emoção, mas também um pouco tarde para um suspiro de alívio. Um coração meigo pulsa no meu peito me fazendo pensar borboletas leves e soltas.

Eu sou como a fumaça de um incenso de rosas. Mas em meio a tantas metáforas até me perco nos meus devaneios. Sou calmo, paciente, mas inquieto e insano nos momentos agitados. Eu tenho em mim o sangue ancestral, que um dia correu na seiva das árvores sagradas. Quem dera eu ser um pássaro novamente, como já fui em outras vidas. Quem dera eu poder conhecer o céu de pertinho e me perder no seu azul. A vida é uma poesia cantada em grandes versos. Eu sou um poeta caminhando ao esmo.

De longe vivi a harmonia simbólica do meu ser. Que sempre se via perdido em vários encontros simultâneos. Eu já dei passos longos com muita calma, e passos curtos com velocidade. As vezes paro para olhar minhas mãos sem qualquer motivo. Mãos suaves de um nobre escritor que entregou sua alma aos seus próprios desafios. Me sinto como um grande sonhador que vive um sonho a cada dia sem parar e sem temer. Me sinto uma grande raposa que espreita o semblante perfeito de uma aura feliz.

Noctur Spectrus

2 comentários:

  1. E por ter entregue sua alma aos seus, só aos seus próprios desafios, a leitora aqui usufrui de tão bela escrita.

    ResponderExcluir